Da redação
redacao@interessedeminas.com.br
Menos de uma semana depois do início da liberação dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), as entidades representativas do comércio estão otimistas com a injeção de dinheiro no consumo. Mesmo sabendo que prioridade é a quitação de dívidas atrasadas, o setor espera, no médio prazo, o aumento das vendas no varejo.
A Caixa Econômica Federal iniciou na semana passada o pagamento do valor de até R$ 500. A expectativa é de que os trabalhadores mineiros utilizem o recurso para pagar dívidas, o que pode gerar impacto positivo para o comércio no estado a médio prazo.
“Muitos julgam que o valor é pequeno, quase insignificante, mas uma pesquisa do SPC Brasil mostra que 40% dos endividados no país tem dívidas de até R$ 500. Assim, o valor sacado do FGTS, será suficiente para quitar dívidas”, afirma o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Guilherme Almeida.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que 31% das famílias endividadas em Minas Gerais estão inadimplentes, ou seja, não conseguem pagar suas dívidas no prazo estipulado. A média nacional é 23,6%.
Almeida explica que a quitação de dívidas tem reflexo no varejo. “Se há um aumento da inadimplência, grande contingente de consumidores perde o acesso ao crédito e, assim, impedidos de comprar. Portanto, o dinheiro sacado no FGTS é positivo na medida em que limpa o nome do devedor e permite que ele volte a comprar”, ressalta o economista-chefe da Fecomércio-MG.
Apesar de também considerar benéfica a liberação do FGTS para o comércio, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, ressalta que essa é uma medida de curto prazo para tentar aquecer a economia. Para ele, reformas estruturais, como as da Previdência e a Tributária, tem impacto no médio e longo prazo e, por isso, são necessárias para fomentar o crescimento da atividade econômica no país.
Ele destaca a importância de os consumidores utilizarem o recurso com cautela. “O fundo de garantia é uma poupança que o trabalhador possui e que tradicionalmente é utilizado quando ele se aposenta ou perde o emprego. Com a liberação antecipada deste recurso é importante que ele faça um uso consciente destes valores para não ficar em dificuldades mais tarde”, afirma o presidente da CDL-BH.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.