Reforma educacional de Zema obedece cartilha de instituto ligado a banco

O programa ‘Gestão pela Aprendizagem’ vai seguir à risca a cartilha que vem sendo aplicada pelo Instituto Unibanco em estados que tinham indicadores educacionais abaixo da média

  • por em 13 de agosto de 2019 | atualizado: 13/02/2020 - 12:22

(Foto: freepik.com)

Da redação
redacao@interessedeminas.com.br

Amargando crise financeira e sem perspectivas de recuperação no médio prazo, o governo Zema anunciou na última semana que vai buscar na iniciativa privada soluções para um dos setores que mais precisa de investimentos no estado: a educação.

A aposta é feita em meio a um momento delicado, pouco depois do corte radical de 81 mil vagas no ensino integral – um rombo que só será reparado por completo no ano que vem e que deixa 47 mil estudantes sem acesso ao ensino em tempo integral.

Este cenário já bastante negativo é agravado ainda mais em razão do desafio a ser enfrentado e superado: sair da medíocre nota de 3,59 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Médio para chegar a 4,28 em 2021.

Para realizar tal façanha, o governo estadual acaba de lançar o programa “Gestão pela Aprendizagem” que, em resumo, vai seguir à risca a cartilha que vem sendo aplicada pelo Instituto Unibanco em estados que tinham indicadores educacionais abaixo da média.

O portfólio da instituição, ligada a um dos maiores bancos do país, impressiona. Nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Espírito Santo, onde a prática foi implantada, os índices do Ideb, segundo o Instituto, ficaram entre os melhores do país.

Em Minas, a ideia é não apenas melhorar a aprendizagem, mas garantir a permanência dos estudantes de ensino médio na rede pública, já que a evasão do estado tem crescido.

“Nossa experiência em todos os cenários mostra que a reorganização da gestão, com os recursos disponíveis, permite saltos significativos”, garante o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques.

Especialista questiona o programa

Para Luciano Mendes de Faria Filho, professor da Faculdade de Educação da UFMG e membro do projeto “Pensar a Educação, Pensar o Brasil”, a empreitada dificilmente irá trazer mudanças profundas para a educação pública em Minas.

Ele destaca que, ao longo de décadas, os problemas estruturais não foram resolvidos no campo educacional e que questões complexas como a redução das desigualdades, o combate à evasão e a melhoria dos indicadores não podem ser resolvidas “com soluções mágicas”.

“Essas empresas utilizam a fragilidade do estado para ocupar espaços públicos com a lógica privada. Uma dessas lógicas é justamente a ideia do direito ao aprendizado como sendo substitutivo do direito a educação”, afirma.

“Todos nós sabemos que a educação é bem mais ampla do que o aprendizado de conteúdos e que estes só fazem sentido dentro da lógica de formação para a cidadania, para a cultura e para política”, acrescenta Luciano.

Ele acrescenta e adverte: o governo está buscando atalhos que podem trazer prejuízos ao estado. “Esse tipo de parceria acaba com o debate das comunidades e famílias com a gestão da educação. Portanto, não vejo o programa como algo bom”, conclui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

All Comments

Subscribe
Notify of
guest
15 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Run2DHills

especialista da ufmg…. tá de brincadeira, deve ser leitor do paulo freire.

Samuel

E você especialista do facebook é que entende de educação né? kkkkkkkk mas diz pra gente aí, qual livro do Paulo Freire você leu para avaliar as ideias dele? aposto que nenhum kkkkk

Danilo Pelucio

Como se a educação brasileira, sob o pensamento deles, tivesse algum mérito.

JOSE HILTON SANTOS

Toda esta porra de queda na educação se deu depois que encheram os alunos de moral contra os professores e acabaram com a repetência. A escola hoje se transformou em salas de bate papo para a maioria dos que se dizem estudantes. País de quarto mundo é isso aí.

Rodrigo Milan Procópio

Que professor patético “Essas empresas utilizam a fragilidade do estado para ocupar espaços públicos com a lógica privada. Uma dessas lógicas é justamente a ideia do direito ao aprendizado como sendo substitutivo do direito a educação”, afirma. Alguém pode me explicar o que ele quis dizer? Alguém perdeu o direito ou foi cerceado de aprender? Olha o nível de pensamento! E o método deu certo em outros estados com baixos índices. Esse povo é doente, só pode!

Jose Carlos Prado Alves

A turminha do “olhar” não se conforma com resultados! Só “olham”! vai trabalhar manhoso!

Ricardo Pacheco

A educação em Minas nos últimos anos se deteriorou de maneira alarmante. Só os relatórios
mentirosos de diretores de escola é que mostram o contrário. Conseguimos atingir uma alta taxa real de analfabetismo com esses alunos que estão simplesmente matriculados e que não podem ser reprovados. São aprovados sem saber e aprender absolutamente nada. fico impressionado com a coragem de alguns educadores em emitir algum tipo de opinião quando esse novo governo tenta algo de novo. Se os antigos gestores tiverem coragem de enxergar o estrago que eles provocaram na educação nos últimos anos, ja teremos atingido um grande avanço . Aluno bem formado é aquele recebe conhecimento e pode ser cobrado. Vamos parar com esse “faz de conta ” na educação. Vamos acreditar que essa gestao nova acorde pra educação.

Grayson Fabrício

Vc leu o texto? Infelizmente não adianta ensinar algo que não tem significado. O ensino tradicional já não funciona mais. O estudante de hoje não é mais o mesmo do ensino técnico da Década de 50. O estudante de hoje, principalmente o de escola pública, precisa trabalhar o dia inteiro para sua sobrevivência. Fácil vir falar da educação. Vai lá e faz melhor.

hadassa

Qualquer tentativa de melhoria já é um avanço. Principalmente quando estamos falando de uma educação falida como do nosso estado. Simplesmente esse educador é ridículo ao emitir essa opiniao desqualificando a busca por melhoria. Eu acredito sim que valha a pena tentar uma saída, ou nossos jovens vão continuar analfabetos funcionais e esses estudiosos cheio de teorias.

Vando Araso

Minas em compasso de desgoverno total. Esse complô com este banquinho de varejo é mais um embuste para engaanr o contribuinte (fubá para encher barriga e não alimentar) e manter a captação de impostos que na verdade mantém a corja de corruptos e parasitas do desgoverno. Educação em Minas se resume numa palavra: caos e baderna total.

Paulo Sérrgio Gonçalves da Cos

O professor comunista é contra…? Deve ser bom o projeto

Cleyton Nicel A Ferreira

Esse é seu argumento? Que lógica pobre hein!

Anelise Laureano

Verdade!!! A educação em Minas está cercada pela esquerda
Não melhoram e nem deixam melhorar

Cleyton Nicel A Ferreira

Por favor, não levem a sério uma matéria paga e enviesada!

Anelise Laureano

A educação em Minas está cercada pela esquerda!!! Não querem melhorar e não deixam o governo melhorar
Tem q mudar a mentalidade da classe para colocarem representantes com a cabeça aberta e livre dessa ideologia retrógrada