João Carlos Firpe Penna
joaocarlos@interessedeminas.com.br
Em meio à mais intensa crise que atinge o segmento econômico mais tradicional do estado – o minerário –, o recente anúncio da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) sobre investimentos recordes em Minas Gerais representa não só um grande alento, mas também o maior “chá de ânimo” que os mineiros poderiam receber neste momento.
Em solenidade realizada na fábrica da empresa em Betim, na quarta-feira (22/05), o CEO mundial da FCA, Mike Manley, anunciou aportes da ordem de R$ 8,5 bilhões no estado até 2024 e a geração de 1,2 mil empregos. De imediato, o grupo vai implantar, já no ano que vem, uma nova unidade para a produção de motores com uso de tecnologia turbo flex nas versões 1.0 e 1.3, que serão destinados ao mercado europeu e às unidades da empresa em Recife e Goiânia.
Com a nova unidade, Betim se transformará no maior polo produtor de motores da América Latina
As exportações irão reforçar também a balança comercial do estado. Até 2022, já há embarque contratado de cerca de 400 mil motores a serem produzidos em Minas para o exterior. Com a nova unidade, Betim se transformará no maior polo produtor de motores da América Latina.
Presente à solenidade, o governador Romeu Zema ressaltou que o estado irá oferecer contrapartidas aos novos empreendimentos, como a isenção de IPVA para automóveis movidos a gás natural, um dos projetos da Fiat Automóveis.
Por sua vez, opresidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus, ressaltou: “Investimentos trazem desenvolvimento, empregos, oportunidades para as pessoas, e é isso que a Fiat está fazendo hoje. Merece nossos aplausos e o reconhecimento da Assembleia por investir em Minas, por acreditar nos mineiros”.
UNIÃO DE FORÇAS
Anúncio coincide com Dia da Indústria; Fiemg defende retomada do crescimento
Sebastião Jacinto Jr/FIEMGO anúncio de investimentos recordes realizados pela FCA ocorreu quase simultaneamente à mais importante data do setor empresarial mineiro: o Dia da Indústria, comemorado em 23 de maio. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) celebrou a ocasião num evento que ficou marcado pelo objetivo de unir esforços para a retomada do crescimento econômico do Brasil e do estado.
Para o presidente da entidade, Flávio Roscoe, a solenidade simbolizou “a união da indústria mineira, de nossas empresas e empresários, para lutar por uma nova nação. Juntos para enfrentar e superar essa crise, a mais grave de nossa história”.
Na ocasião, ele também defendeu a necessidade da aprovação da reforma da Previdência. “O Brasil não tem opção: ou implanta – agora e com urgência – a ‘Nova Previdência’ ou entrará em situação de irreversível insolvência. Vale dizer: sem a reforma da Previdência, o Estado quebra”, ressaltou.
O governador Zema também esteve presente na cerimônia e reafirmou a necessidade de melhorar a eficiência do Estado. “O Brasil tem uma carga tributária muito alta, e isso onera o empresariado”, disse ele, ressaltando que o Estado brasileiro se tornou um agente restritor do desenvolvimento, em vez de propulsor”.
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O evento homenageou 18 empresários. Um deles foi Ricardo Botelho, CEO do Grupo Energisa, que recebeu o título de Industrial do Ano. O empresário falou sobre o momento delicado pelo qual o país está passando. “Enquanto no Brasil a indústria anda pra trás, mundialmente, a inovação se acelera. Processos inovadores – robótica avançada, Inteligência Artificial e Internet das Coisas – impulsionam a Indústria 4.0 e estão mudando a manufatura”, ressaltou.
Além disso, a celebração concedeu ao CEO e chairman da MRV Engenharia, Rubens Menin, o prêmio de Mérito Industrial da CNI e condecorou o ex-ministro da Agricultura do governo Ernesto Geisel, Alysson Paolinelli, como “Construtor do Progresso”.
Além disso, a FIEMG entregou o “Mérito Industrial 2019” para outros 15 empresários. Saiba mais sobre cada um deles em fiemg.com.br.
SAIBA MAIS
Há mais de 40 anos, Fiat se instalava em Minas
Mais de quatro décadas separam o anúncio desse mais recente investimento e o início das atividades da empresa no Brasil. Em 9 de julho de 1976, foi inaugurada a primeira fábrica, também em Betim.
O primeiro veículo construído no país, o Fiat 147, foi um sucesso de vendas, pois trazia inovações em seu design: o estepe, por exemplo, não ficava posicionado no porta-malas, ao contrário dos modelos concorrentes. O modelo representava, à época, uma nova geração de automóveis.
Esse foi o primeiro de uma sequência de carros inovadores que conquistaram os brasileiros e fizeram com que a empresa crescesse no Brasil, com o lançamento de uma diversificada linha de automóveis ao longo desses mais de 40 anos.
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