Raul Mariano
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A primeira grande manifestação contra o governo Bolsonaro, motivada pelos cortes anunciados nas universidades, levou para as ruas de quase 200 cidades brasileiras milhares de pessoas e, em Minas, não foi diferente. Apenas em Belo Horizonte, cerca de 250 mil manifestantes – de acordo com os organizadores – pararam a capital durante a manhã de quarta–feira (15/05).
Os atos ainda foram registrados em vários outros municípios do estado, como Ouro Preto, Divinópolis, Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora, Montes Claros, Governador Valadares, Almenara, Poços de Caldas e Varginha.
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A resistência popular à postura irredutível do presidente em relação à retirada de recursos do ensino superior surpreendeu quem acreditava que o movimento não ganharia corpo.
Houve até quem dissesse que, desde as passeatas de 2013 – que tiveram como estopim o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus em São Paulo e agregaram outras lutas sociais em poucos dias –, o país não assistia a um ato tão expressivo.
A resposta do presidente, que estava em Dallas, nos EUA, veio no meio do dia, durante as manifestações. Ele não apenas desqualificou o movimento como proferiu ofensas diretas às milhares de pessoas que estavam nas ruas.
“A maioria ali é militante, não tem nada na cabeça, se perguntar 7×8 pra ele, não sabe. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis, que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais no Brasil”, disparou.
Opção pelo enfrentamento
A declaração serviu, principalmente, para jogar gasolina na fogueira que está acesa no país desde a sua eleição, acirrando ainda mais os ânimos.
Bolsonaro claramente aposta no confronto, desdenha da força das ruas e sugere que a rejeição às medidas do governo não são capazes de colocar em xeque a governabilidade do país.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.