Raul Mariano
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Renegociar a dívida do estado com a União deve ser a prioridade número 1 do governador Romeu Zema para que ele consiga governar nos próximos quatro anos. A afirmação é do presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Paulo Roberto Bretas.
A análise do economista ocorreu após o encontro de Zema e seu vice, Paulo Brant, com o presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira (16/01). Na ocasião, eles discutiram sobre a renegociação da dívida de Minas Gerais com a União, que pode chegar a cerca de R$ 30 bilhões.
Além disso, o governo estadual está impedido de realizar operações de crédito tendo o governo federal como “fiador” até agosto desse ano, pois, em 2018, a União foi obrigada a cobrir o calote de R$ 553,1 milhões dado pela administração mineira em dois empréstimos.
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Para Bretas, o prazo para quitação da dívida de Minas precisa ser expandido, a exemplo do que aconteceu com o Rio de Janeiro. Mas o novo acordo, acrescenta o economista, deverá vir acompanhado de contrapartidas, como o corte severo de gastos e algumas privatizações.
“A União vai fazer com Minas o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez com o Brasil”, compara. “Vai colocar exigências para que haja lastro, ou seja, a certeza de que essa dívida será quitada”, explica o economista.
Bretas pondera que, no entanto, a negociação precisa ser feita levando-se em conta o que é menos danoso para as políticas sociais. “A gente precisa de um estado capaz de repassar recursos constitucionais para os municípios, manter saúde, educação e segurança funcionando e ainda garantir pagamentos em dia para os servidores”, avalia.
Zema publicou foto do encontro nas redes sociais
(Crédito: Reprodução / Instagram)
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