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O posicionamento internacional contra a política ambiental do governo brasileiro – e contra o Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente – pode impactar negativamente Minas Gerais. O alerta é de Mário Campos, presidente do Conselho de Empresários para o Meio Ambiente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em entrevista exclusiva ao Interesse de Minas.
Os investidores acusam o ministro e o governo brasileiro de leniência que resulta na adoção de políticas que incentivam a depredação do meio ambiente sobretudo na região amazônica, com a prática ilegal de desmatamento, queimadas e mineração (garimpo).
Nascido do posicionamento de gestores de fundos de investimentos internacionais, que administram recursos superiores a 5 trilhões de dólares e ameaçam excluir o Brasil de seus investimentos, este movimento ganhou também nos últimos dias, o apoio de fundos de investimento brasileiros, dos maiores empresários do país e de especialistas no setor.
Embora considere a possibilidade de contaminação do movimento por lobbies contra o agronegócio brasileiro, Mário Campos adverte que “quaisquer movimentos do capital internacional devem ser vistos com atenção e cuidado”. E acrescenta: o Brasil precisa, e precisa muito, de grandes investimentos em obras de infraestrutura vitais para sustentar o crescimento da economia do país.
Mário Campos: De fato, este movimento que se sustenta no entendimento de que tem aumentado excessivamente na região amazônica o desmatamento ilegal, as queimadas e também a mineração ilegal, sobretudo garimpo, pode penalizar fortemente Minas Gerais. Nosso estado precisa, e precisa muito, do aporte de grandes investimentos, e eles estão principalmente no exterior, para acelerar um amplo programa de obras de infraestrutura. Os exemplos de obras essenciais são muitos e vou me fixar em apenas um, muito emblemático: a duplicação da BR-381. É uma obra fundamental e estratégica, do ponto de vista econômico e social, que se arrasta há décadas, sem solução. Neste momento em que o governo anuncia um amplo programa de concessões, cria-se uma expectativa favorável, que, no entanto, só se concretizará se pudermos contar com investimentos e investidores internacionais.
Temos um parque industrial muito dependente de grandes investimentos. Para que eles se concretizem, é necessário que o capital internacional veja o Brasil e Minas Gerais como bons lugares para se investir. Ademais, a economia mineira passa por um intenso e consistente processo de diversificação, assumindo posicionamento relevante nos campos do agronegócio, sucro-energético, madeira para celulose, foto- energia e alimentos, dentre muitos outros. E tudo isso demanda muito investimento.
O primeiro passo é entender que, hoje, as questões ambiental e econômica, no mundo e no Brasil, são regidas por três palavras que se juntam em uma sigla universal: ESG – que significa meio ambiente (environment), social e governança. É a maneira como tratam estas questões que vão de terminar como países e empresas serão vistos no mundo da sustentabilidade.
Meio ambiente não é uma questão ideológica, de esquerda ou de direita. É questão de sobrevivência da nossa economia e da nossa espécie no planeta“
Mário Campos
A área, com certeza, problemas e erros que devem e precisam ser corrigidos. Mas é necessário, igualmente, agilidade nas ações governamentais em relação ao meio ambiente. O próprio vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, já admitiu que o governo se atrasou na tomada de medidas para corrigir e evitar ilegalidades no desmatamento, nas queimadas e até nos garimpos – este é um primeiro passo…
A comunicação é fundamental e estratégica – e nesta área estamos perdendo, estamos em desvantagem. O governo precisa ter competência para mostrar o que se faz de positivo no Brasil no campo do meio ambiente, que compreendemos que a floresta é fundamental para o regime das chuvas, para o clima, que temos consciência da nossa importância como líderes em biodiversidade e que temos plenas condições de produzir e preservar. Também é importante mostrar ao mundo que precisamos criar condições de vida para a população que vive na Amazônia. São mais de 20 milhões de pessoas…
A escolha de ministros, bem como demissões, é prerrogativa exclusiva do presidente da República. O positivo e importante, demonstração inequívoca de que o governo vê a questão amazônica como prioridade, foi a nomeação do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, para presidir o Conselho da Amazônia Legal. Igualmente importante é que o vice-presidente vem se dedicando com afinco à missão que recebeu, como mostra o recente decreto que proíbe queimados por 120 dias.
Minas Gerais tem uma das melhores e mais severas legislações ambientais do país – o estado é considerado exemplo no setor. Os lamentáveis episódios das barragens foi uma questão de engenharia. Nestes casos, o poder público agiu rapidamente e criou nova legislação para regulamentar a construção e gestão das barragens, de forma a afastar o risco de novos acidentes. E o próprio setor tem se preocupado em melhorar sua comunicação com a sociedade. E é muito bom que seja assim, pois também na indústria mineração atuam lobbies internacionais contra os interesses brasileiros.
Como disse, vivemos sob a égide do conceito ESG – o meio ambiente, a questão social e a governança empresarial. A grande lição que devemos tirar é a de que meio ambiente não é e não pode ser transformada em uma questão ideológica, de esquerda ou de direita. Meio ambiente é uma questão de sobrevivência da nossa economia e da nossa espécie no planeta.
O entrevistadoMário Ferreira Campos Filho é economista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com MBA em Finanças pelo IBMEC e Relações Governamentais pela FGV de Brasília. Ingressou na Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais – SIAMIG – em 2003, assumindo depois a função de Superintendente e Secretário Executivo. Em 2014, foi eleito presidente da SIAMIG e dos Sindicatos da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Minas Gerais, reeleito em 2017 por um período de três anos. Mário Campos representa os produtores de açúcar e energia renovável, como o etanol e a bioeletricidade. Mário Campos também é presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias de Minas Gerais (CEMA) e vice-presidente do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG). Além de membro do Conselho Temático da Agroindústria e do Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) – COAGRO / COEMA. |
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