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Para entender melhor a lógica da economia, vale a pena voltar um pouco na história – e ver o que há de comum entre o que ocorreu no capitalismo após a crise de 1929 e o que acontece na economia de Minas Gerais hoje.
Em 1929, o capitalismo mundial vivia uma de suas maiores crises, simbolizada pelo crack da Bolsa de Valores de Nova Iorque. À época, contrariando as crenças liberais segundo as quais o livre mercado comanda a economia, as ideias do economista britânico John Maynard Keynes entraram em evidência.
Para ele, o intervencionismo do Estado era a melhor saída para o desastre econômico gerado pela crise de 1929. Seus argumentos tiveram grande impacto diante do caos estabelecido e inúmeras nações passaram a empregar as já denominadas [sg_popup id=”2294″ event=”click”]ideias keynesianas
O caso mais exemplar de aplicação do keynesianismo à época foi o dos Estados Unidos. Em 1933, o recém empossado presidente Franklin Roosevelt implantou o New Deal – um conjunto de medidas econômicas embasadas nos conceitos do estado keynesiano.
Ou seja, para revigorar o emprego, o mercado consumidor e a produção, o estado passou a investir fortemente em obras públicas e na previdência social, salvando também diversas empresas por meio de empréstimos públicos. Bancos e até mesmo a Bolsa de Valores voltaram funcionar de maneira efetiva.
Vamos dar um salto – dos EUA de 1929 para Minas Gerais de 2019.
Recentemente, a imprensa mineira noticiou que mais de 470 prefeituras de Minas Gerais aderiam ao edital de crédito lançado em maio pelo governo do estado, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
A lógica dessa iniciativa era, exatamente, oferecer crédito em condições especiais (ou seja, abaixo das taxas selvagens cobradas pelos bancos comerciais em geral) para as prefeituras. O momento é especialmente grave para os municípios, diante da crise e da falta de repasse legal de tributos por parte do próprio estado.
A oferta de crédito às prefeituras era, inclusive, uma das medidas que vinha se exigindo do governo Zema, como forma de se enfrentar a crise, como já registrou aqui o portal Interesse de Minas.
Vejamos alguns aspectos importantes para se entender melhor o que se passa:
Pelo pouco que se conhece até agora sobre as convicções e propostas econômicas de Zema, é possível aferir – como o portal Interesse de Minas
já demonstrou – que o governador defende ideias bem próximas do chamado liberalismo, no qual o mercado é comandado pela livre iniciativa, ou seja, sem a presença do estado e com forte participação dos empresários.As partes 1 e 2 deste texto procuram demonstrar, no entanto, que o estado pode ter um papel expressivo na economia, em especial em momentos de crise. E que o próprio governo Zema vem adotando, na prática, medidas de cunho keynesiano e de clara preocupação social.
Não se pode aferir, no entanto, se o que o governo de Minas propõe agora será meramente paliativo ou não –, diante da gravidade da crise e da necessidade de o governo estadual manter uma intervenção maior ou não na economia nesse momento.
Nada impede, porém, de Zema rever suas convicções:
Por fim, vale fazer um registro essencial diante das apostas sobre o futuro ainda pouco claro do governo Zema:
Com base em tudo isso, o leitor do portal Interesse de Minas poderá, num futuro não muito distante, compreender melhor o que pensa o governante Zema sobre o papel do estado no desenvolvimento econômico e social de Minas.
Basta acompanhar de perto, por exemplo, o futuro que Zema reserva para o BDMG.
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