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“Precisamos ser ponderados, agir com calma, serenidade, solidariedade e responsabilidade. Com muito equilíbrio, senso de urgência e racionalidade, devemos conciliar o cuidado com a saúde, em especial com os idosos e demais grupos de risco, com a garantia da manutenção de empregos e da geração de renda”.
A reflexão é do presidente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), Aguinaldo Diniz Filho, uma das destacadas lideranças empresariais do estado, em entrevista ao portal Interesse de Minas.
Confira, a seguir, as principais considerações de Diniz, que demonstrou muita ponderação diante do atual contexto.
Nós, da ACMinas, vimos com bastante preocupação o quadro atual, diante da pandemia que atinge todo o mundo. Temos que nos preocupar com duas grandes frentes: a da saúde e a da economia. Para isso, precisamos agir com muita serenidade e também com ações efetivas.
Afinal, sabemos que não existe saúde sem economia, sem geração de empregos e de renda. Na medida em que acaba a renda e o emprego, o sistema de saúde sofre uma piora em todos os níveis, inclusive no patológico e psicológico.
Como empresário, não tenho dúvida de que precisamos ter um tremendo – tremendo – cuidado com os grupos de risco. Não somos médicos, mas os infectologistas afirmam que há um escalada de risco nas pessoas com mais de 60 anos. Então, não cabe discussão neste ponto: existe o problema do contágio e é preciso achatar a curva de crescimento dele.
Estamos diante, portanto, da necessidade de buscar um equilíbrio. O mundo é feito de equilíbrio e de racionalidade. Nós não vamos defender, por exemplo, que os shopping centers reabram amanhã, pois precisamos de um processo evolutivo, priorizando o funcionamento das áreas básicas da economia, como saúde, transporte e comércio essenciais. Temos de ir evoluindo com o tempo e em sintonia com o controle da pandemia.
Não podemos é caminhar para alg o como uma “pane-neurose”, digamos assim. Mas é preciso assumir que estamos em uma guerra e que nela não devemos ficar todos em casa. Alguns precisam participar dessa guerra. Por isso é fundamental ter essa racionalidade de lembrar que não existe saúde sem economia andando.
É preciso lembrar também que os entes federativos – federal, estaduais e municipais –, independente de coronavírus, estão vivendo um cenário econômico muito difícil, pois o problema fiscal é muito duro e eles não têm muito o que dar. Por isso, precisamos ajudar o governo. Em Brasília, estão tomando as medidas corretas, como essa ajuda de R$ 600 por mês para as famílias mais necessitadas.
E de que forma nós, empresários, podemos ajudar os governos? Sem dúvida, tentando fazer a economia rodar, ainda que de uma forma paulatina, progressiva e paralela ao controle médico do coronavírus, fortalecendo ao máximo a saúde. Acho que a palavra-chave é calma.
Ouço pessoas alarmadas, dizendo que vamos perder milhões de empregos. É claro que essa é uma grande possibilidade. Mas precisamos de calma para minimizar isso ao máximo. Essa é a única forma de vencermos, juntos, o vírus. Mas fico alarmado quando ouço autoridades falarem em perda de milhões de empregos.
Resumindo, então: temos de cuidar, neuroticamente, da saúde e, gradativa e conscientemente, ajudar o governo a retomar a economia, sabendo das limitações dos entes federativos.
Veja o caso de Minas: o governador Zema herdou um estado quebrado, independentemente do coronavírus. Não podemos chegar para ele e pedir muita coisa. Temos de nos unir a ele para sairmos dessa pandemia e evitar o caos social.
Como eu disse, temos de ser ponderados, ter serenidade e responsabilidade sobre aquilo que estamos falando, com o devido senso de urgência. Só assim vamos sair dessa crise – e sabemos que, depois dela, o país será outro – socialmente mais integrado, mais harmonioso e mais solidário.
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