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Das mais de 26 milhões de motocicletas em circulação no país, quase 3 milhões estão em Minas. O estado detém cerca de 11% da frota nacional e só fica atrás de São Paulo, capital que lidera o ranking segundo levantamentos da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Dentro do território mineiro, 269 municípios – 32% do total – possuem mais motos do que carros de acordo com o levantamento. Nesse quesito, apenas a Bahia está à frente, com 303 cidades.
E se a frota de motos em Minas é expressiva, o número de acidentes sobre duas rodas também é. Na lista das 10 cidades que mais tiveram sinistros pagos pelo Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestres (DPVAT) em 2018, o estado é o único que aparece duas vezes.
Em sexto lugar, Belo Horizonte registrou 2.446 indenizações e, em oitavo, Uberlândia, no Triângulo, contabilizou 2.327 pagamentos do seguro. Na capital, de acordo com a BHTrans, a média atual é de 21 acidentes com motos por dia, quase um a cada hora.
O comportamento dos motociclistas no trânsito é apontado por especialistas como a principal causa dos acidentes. Seja nas rodovias estaduais ou nos corredores dentro de Belo Horizonte, é comum ver pilotos em alta velocidade trafegando entre carros, fazendo ultrapassagens perigosas e mudando de faixas sem sinalizar previamente.
O cenário tem levado a BHTrans a investir em mais sinalização nas avenidas da capital. Dentre elas estão a instalação de novas placas reforçando a necessidade de usar a seta, a criação de espaços reservados para as motos em frente aos semáforos e o alargamento das faixas para permitir ultrapassagens mais seguras.
De acordo com a empresa, o Anel Rodoviário é a via com maior incidência de acidentes com motos em Belo Horizonte. Logo em seguida vêm as avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Amazonas e Afonso Pena.
Responsável pelo policiamento no Anel, o tenente da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) Luiz Fernando Ferreira explica que a rodovia concentra muitos acidentes em função do grande número de retenções ao longo da pista.
“Os motociclistas aproveitam isso para trafegar em alta velocidade entre os carros, e se um condutor tenta mudar de faixa, o acidente acontece. Muitas vezes, a moto vai parar embaixo de caminhões e as mortes são inevitáveis”, relata Ferreira.
De acordo com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), de janeiro a abril, 1.584 motocicletas se envolveram em acidentes nas demais vias da capital, sem contar o Anel. O número já é 16% maior do que os registros de 2018.
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